sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

E assim vamos

Com linhas destas também se faz um jornal e feliz do jornal que abre espaço a linhas sobre espiritualidade, porque a vida também se faz nessa dimensão.
Entenderão uns que é uma dimensão menor; todavia a crise que se sente e discute abate-se sobre a humanidade e vai de mal a pior, tendo já alguns analistas chegado à conclusão que a causa maior da crise relaciona-se com os valores. Sendo os valores de ordem moral, a crise é sobretudo espiritual; daí a importância do tema espiritualidade(s), como definidor de valores.
Lentamente embora, o homem espiritualiza-se: o interesse pela Arte é bem mais massivo agora do que há duzentos anos, por exemplo. Esta espiritualização promove a aquisição de valores mais elevados e enobrecedores. E a espiritualização abre-nos sobretudo ao outro, permitindo que toleremos os valores que esse outro cultiva, porventura menos elevados e nobres, mas aqueles de que é capaz no momento actual.
Nada obstante, só o conhecimento permite a aquisição duradoura de valores morais, porque conhecendo percebemos a sua razão de ser, e se o que procuramos é a felicidade facilmente lhes aderimos. Daí a necessidade de ouvirmos atentamente a verdade do outro, porque ninguém sabe tudo, nem ninguém sabe nada. Não há donos da verdade. A verdade é aquela estória do espelho quebrado em mil pedaços, em que cada um pegou num pedaço, maior ou menor, mas pedaço. A verdade é o conjunto de todos os pedaços.
Entendendo esta relatividade, seremos menos agressivos para com o outro; depois de juntarmos vários pedaços, pomos de lado a xenofobia, o racismo, a intolerância ideológica, preconceitos vários…
E depois percebemos que a vida é muito mais que uma questão económica e financeira, com um pouco de política e de religião à mistura. Acabamos por perceber que somos espíritos imortais com graves responsabilidades nas passagens pela terra. A consciência disto redimensiona os valores por que nos pautamos; não estando já, cada um, em crise de valores, todo o conjunto beneficia.
O que falta mesmo é esta consciência, porque se a houvesse a cupidez e o egoísmo seriam menores e não haveria famílias inteiras, em Portugal e neste momento, a passar fome.
A. Pinho da Silva
Texto de António Augusto Pinho da Silva, publicado no Jornal "Notícias de Cambra" na rubrica "Espiritualidade"

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sinais dos tempos!…

A constante mudança do mundo é reconhecida desde os tempos mais remotos. É a ordem natural da vida que nos faz estarmos atentos aos sinais dos tempos, corrigindo o hoje com o ontem… se não… alguma coisa vai mal!
O desenrolar da vida humana é um encadeamento de atitudes que nos vão fornecendo a aprendizagem necessária a um verdadeiro e constante crescimento… pelo regozijo, satisfação, interiorização e prática do positivismo… ou tentando extrair da extensa e fastidiosa crítica demolidora e negativista o exacto conhecimento de tudo quanto se não deve fazer, o que se torna mais difícil!
Fico deveras apreensiva sempre que entramos em época de eleições… mas estas Presidenciais estão a transformar-se no maior de todos os desatinos.
A liberdade de expressão é um direito fundamental a respeitar, e ao usá-la sem constrangimentos aliado ao aperfeiçoamento dos sistemas informáticos com todas as práticas que lhe são inerentes são postas a descoberto muitas das atitudes de corrupção que devem ser reconhecidas por todos os portugueses.
Por tudo quanto me tem chegado… pela primeira vez na vida vejo que o povo português mostra, realmente, estar na maior das calamidades, pois em vez de descobrir caminhos e aproveitar as capacidades de mudança para encontrar uma melhor forma de estar e crescer como país independente que é, gasta todas as energias a desvendar as atitudes erradas com que possa denegrir imagens… o que é inadmissível!
Perante o que vemos e ouvimos todos os dias, insistentemente, é horripilante verificar o tipo de candidatos presidenciais em que somos convidados a votar… mas torna-se
mais horripilante ainda quando nos dispomos a pensar que esses candidatos são cidadãos portugueses… filhos e netos de cidadãos portugueses… pais e avós de cidadãos portugueses, retirados, um pouco arbitrariamente, do meio da sociedade portuguesa, situação em que a maioria da população não pensa.
Dizer mal dos candidatos portugueses… é dizer mal do povo português… de onde saem os candidatos. Se eles são maus… é porque o povo português os educou mal com maus exemplos tais que os levaram a ser como são. E se pensamos que é com críticas destrutivas e avassaladoras feitas ao Governo/cúpulas, avalizados por nós para nos orientar que vamos compor o nosso País, estamos terrivelmente enganados. Não é a evidenciar o mal que acabamos com ele!
Embora com formas de servir diferentes, o Chefe de Estado não pode confundir-se com o Varredor de Ruas… mas todos devemos ser, da mesma forma, servidores… tanto os que orientam (governantes) como os que são orientados (governados … que se devem ouvir, aceitar e respeitar mutuamente pensando sempre no melhor para os outros. Era o que deviam fazer, por exemplo, os que têm ordenados e reformas sobrepostas e enormes. Se as baixassem para o que bastasse seria o suficiente para melhorar o estado do País sem entrar nos bolsos dos que recebem tão pouco que não dá para viver condignamente. Mas também… os que recebem subsídios e afins… não deveriam, nunca por nunca, limitar-se a viver na dependência e preguiça.
É urgente fazermos tudo quanto pudermos para que seja mudada a mentalidade do povo português! Já conhecemos asneiras que bastem! Vamos empenhar-nos, sim, em confiar na capacidade de adaptação e mudança dos portugueses, enaltecendo as suas qualidades, para que Portugal venha a ser ainda melhor do que já foi!

Hermínia Nadais
A publicar no "Notícias de Cambra"

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O INÍCIO DE UM NOVO ANO

O mês de Janeiro é sempre muito importante, pois além da demarcação de dois anos consecutivos, festejamos a manifestação de Jesus a todos os povos e o Seu Baptismo e início da Vida Pública, ocasião propícia para revermos a nossa própria vida e procurar melhores formas de a valorizarmos.
À volta da Conversão de São Paulo, que se celebra no dia 25, final da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, podemos aprofundar o nosso próprio crescimento na unidade entre todos os homens a caminho do verdadeiro Ecumenismo.
Que ama vive com Deus, o verdadeiro amor e felicidade suprema, o fim último desejado por todo o ser humano, mesmo que, renitentemente, o não queira admitir.
“Onde há caridade – amor ao próximo – existe Deus!” Disso não podemos ter dúvidas. E quanto mais conscientes do imenso amor de Deus pelos homens, mais nos convenceremos de que é preciso respeitar as diferentes convicções religiosas, pois Deus ama, aceita e respeita todas as pessoas… tenham as convicções religiosas que tiverem ou mesmo não tendo convicção alguma. “Virão muitos do oriente e ocidente e se sentarão à mesa do Reino…”
Jesus veio ao mundo não somente pelo Povo Eleito, mas por todos os homens, indefinidamente!
Nos dias de hoje, quem será, verdadeiramente, o Povo Eleito? Muitos cristãos ainda se julgam sê-lo! Mas só o serão na medida em que têm mais possibilidades de conhecer, viver, seguir e mostrar o verdadeiro rosto de Cristo. E quanto a isto, é caso para questionar:
- Que seguidores e imitadores de Cristo terão sido os cristãos, ou seja, teremos sido nós? Será que nas nossas atitudes temos mostrado Jesus Cristo tal como ELE é, sendo, junto de quem nos rodeia, sinal de amor, união, misericórdia infinita, tal como ELE foi?
Cada um de nós terá de responder, porque a nossa única diferença que temos dos não cristãos, é a obrigação de sermos sinal de Cristo no mundo!
Chegou o ano 2011 com todas as suas perspectivas! Continua a falar-se em crise! Contudo, para festejar a entrada de ano, os aeroportos superlotaram com muito poucos portugueses a contentar-se com a viagem mais módica – a Ilha da Madeira! Continuam as queixas de falta de dinheiro… mas foi a época natalícia em que mais dinheiro foi retirado das caixas portuguesas de multibanco! Mesmo na noite de Natal, famílias inteiras trocaram os seus lares por luxuosos restaurantes! E há instituições criadas para partilha de roupas, calçados, brinquedos e afins, aonde muitos vão colocar… mas muito poucos vão buscar - não se compreende bem porquê!
Para levarmos o nosso País a este estado... nós, cristãos, fomos deixando de parte o essencial! Trocamos o olhar para nós mesmos, para o que somos e queremos, para as nossas qualidades e defeitos, para olhar a vida dos outros, não para encontrar qualidades a valorizar… mas defeitos para criticar! Buscamos riquezas e grandezas, felicidades momentâneas e passageiras, futilidades que não levam a nada!
É este tipo de comportamento que impera na vida laboral, familiar e política… e que se transpõe para a religião, desfavorecendo totalmente a espiritualidade e desarmonizando o entendimento básico para uma boa convivência social! E é assim que nos julgamos muito bonzinhos… os melhores do mundo! Como estamos enganados!
Errar… todas as pessoas erram! Saibamos compreender para sermos compreendidos… e aprendamos a não atirar pedras aos outros… mas… com toda a coragem e coerência , a voltá-las para nós mesmos!
Hermínia Nadais – herminia.nadais@sapo.pt